segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Elucubrações sobre "Um violinista no telhado"

O violinista verde (1924)
Quem me conhece sabe que eu não posso ver uma data, que já vou logo querendo saber do contexto histórico-social do acontecimento. Está muito erudito? Vocês não viram nada. E isso porque o que eu quero mesmo é falar dos xales das atrizes do musical acima citado. Mas não tem jeito: aldeia fictícia, Anatevka, Rússia;  data verdadeira: 1905; habitantes da aldeia, judeus e cristãos ortodoxos. A palavra chave é "tradição", ou melhor,  ''quebra" das tradições, devida aos novos tempos. Em 1905, na Rússia, o regime era o de monarquia absoluta, quem mandava era o czar: nobres muito ricos e pobres muito pobres. Quem quiser saber mais, pode ver aqui. Nessa data, o czar era Nicolau II, pai da duquesa Anastasia, sobre a qual fizeram um filme (Anastácia, a princesa esquecida, com a Ingrid Bergman e o Yul Brynner - de 1956 - eu vi) e um desenho (1997). Ai, já estou elucubrando demais! Ainda dentro do contexto histórico-social (depois eu falo dos xales), o relacionamento do regime czarista com os judeus sempre foi muito conturbado (novidade!), quem quiser saber mais é só ler aqui. Voltando ao violinista: o título "Um violinista no telhado" remete ao quadro do pintor Marc Chagall. O violinista se equilibra sobre as casas - seria um símbolo do povo judeu, tentando equilibrar-se em situações difíceis? Há outro quadro, este de 1912:
O enredo se baseia em contos de Scholem Aleichem (Tevye e suas filhas) e neles se encontram todas as figuras típicas de uma aldeia judaica: a casamenteira, o rabino, o mendigo, o açougueiro e, claro,Tevye, o leiteiro, sua mulher Golda e as cinco filhas do casal. Cada vez mais, me orgulho de nossos atores e atrizes: interpretações primorosas. Cenários, vestuário, etc.etc., impecáveis. Orquestra incrível. No site Um violinista no telhado é possível ler toda a ficha técnica do espetáculo. Tem também o vídeo da entrevista com o José Mayer no programa do Jô Soares.
Mas eu quero merrrrmo é falar dos xales, afffffff!
O elenco todo aparece logo na primeira canção - Tradição -. Meus olhos quase pulam da cara, quando vejo a linda pelerine usada pela Ada Chaseliov (quem não se lembra dela como a vilã Leonor de "A Muralha"?). Vejam também a touca, incrível!
Yente, a casamenteira
Os outros xales:

  
Lindos todos! De tricô e de crochê - só vendo!

Em julho de 2009, fiz uma pelerine e postei: Para o frio - receita de pelerine. É facinha, facinha.


(por Cecilia)

Um comentário:

Maria Filomena disse...

Incrivel,
mas há dias fui ver esse espetáculo cá em Lisboa...e gostei muito...tanto que não vi o tempo passar ...e o interessante é que aqui também há uma profusão de chailes.... E como devoro tudo que tem a ver com a cultura judaica, com as perseguições, com o holocausto, com certeza que gostei imenso dessa peça...
abraços de MF