quinta-feira, 1 de julho de 2010

Livros que perdemos pelo caminho

 Vou falar um pouquinho mais de livros. Sei que estou imitando o nome do filme Coisas que perdemos pelo caminho, que não vi, mas cujo título acho genial. Falo um pouco mais, porque o comentário da Lúcia Klein, do Calma, que estou com pressa (aliás, devo dizer que amo o nome do blog - já comentei com ela que é o próprio Cícero aconselhando: Apressa-te devagar - sábias palavras!) me levou a pensar nos livros que fui perdendo pelo caminho. Ela diz que emprestou livros que nunca foram devolvidos. Aí comecei a me lembrar dos livros que perdi de vista, alguns porque emprestei e, como diz a Lúcia, "levei o bolo"; outros que simplesmente "perdi", não me lembro onde ficaram, se emprestei, se perdi em mudanças ... Em compensação tem aqueles que a gente consegue recuperar. Um deles é este:
 É um romance histórico - em forma de autobiografia - de Claudius, um dos  primeiros Césares. Conta a formação da República Romana a partir de Júlio César, passando por Augusto, Tibério e Calígula até a coroação de Cláudio, o mais improvável de todos os Césares (gago, coxo, com mil problemas de saúde). Eu aaaaaamo esse livro. O autor é o escritor inglês Robert Graves. Perdi,não sei como, simplesmente sumiu. Um dia, descobri num sebo virtual (Traça, de Porto Alegre - não estou ganhando nada com isso, tá? Mas esse sebo é ótimo) o livro, com a mesma capa do que eu tinha. A Helena achou engraçado, porque quero me livrar de alguns, mas fico comprando outros em sebo. Mas esse, gente, faz parte da minha vida.
Com este outro, aconteceu que eu o havia emprestado para um aluno, que, depois de terminado o curso, foi designado sucessivamente para outros países (é diplomata). Após nove anos, de retorno a Brasília, ele foi me procurar e me devolveu o

 Alarcón foi um escritor espanhol, do séc.XIX. Esses dois pequenos romances são muito graciosos e retratam a vida rural do sul da Espanha.
 Em compensação, outra aluna da mesma turma nunca me devolveu um livro com fotos lindas das telas do El Greco, pintor grego que viveu na Espanha, em Toledo, no séc. XVI. Dono de um estilo todo particular, sua obra reflete a cidade em que viveu. Gosto particularmente deste quadro (El entierro del Conde de Orgaz). Pra quem gosta de pintura, é prato cheio. Nesse link que coloquei aí há uma explicação completa do quadro.


Outro que perdi pelo caminho, não sei como, foi este (cheguei a fazer uma túnica curta, com as mangas e a barra bordadas com um esquema do livro). Achei a foto num site holandês (serendipity-books), custa 125 euros!!!:
 
Por último, mas extremamente importante, porque houve época em que os dois não saíam da minha cabeceira (mas já vi que tem lá na Traça), de um autor de São Leopoldo (OLHAÍ, ROSANA SPEROTTO), imortal da Academia Brasileira de Letras: Vianna Moog. São "Um rio imita o Reno" e "Tóia." "Um rio imita o Reno" fala  da integração cultural de descendentes de alemães com brasileiros, numa cidade imaginária chamada Blumental, localizada na região do Vale do Rio dos Sinos, provavelmente inspirada na cidade de São Leopoldo. Em "Tóia", o protagonista é o mesmo de Um rio ..., e conta suas aventuras e desventuras amorosas no México, para onde foi como diplomata. Quando a Helena foi a São Leopoldo (ela conta aqui), comentei com ela, sobre os livros. Ela me disse que se lembra muito de mim com esses livros.
 Finalmente acabei a arrumação, já separei os livros que pretendo levar para um sebo - aqui perto de casa há muitos - e os que pretendo doar. Vou voltar pros meus paninhos, lãs e linhas, sem deixar as leituras, naturalmente. Já engatei "A Era do Radioteatro", de Roberto Salvador, profissional de rádio e televisão. O livro foi presente do meu colega de Faculdade, Sérgio Rubens, que viveu intensamente essa época de popularidade do rádio, na Rádio MEC. Estou adorando!
(por Cecilia)


2 comentários:

Rosana Sperotto disse...

Ô, Cecília, me emociona sobremaneira lembrar do escritor leopoldense no dia de hoje. Dia de uma despedida significativa (conto pessoalmente no nosso café aqui em breve). Lembro da assinatura de Vianna Moog no quadro de reuniões da Redação que ali ficou por anos a fio, nos lembrando do valor das palavras escritas. Mas, confesso, apesar desse convite diário, nunca li suas obras. Nunca é tarde, talvez precisasse de uma indicação que viria de longe, e se não me engano, ainda tem alguns livros dele em alguma estante do jornal me esperando. Isso foi um presente, e logo entenderás melhor. Beijo leopoldense

Cris Rosa disse...

Também já perdi alguns...E levei uns 15 para o sebo, ali em baixo daquele maravilhoso viaduto da Borges!rsrsrsrs
Bjkas